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Antecipando as revoluções de 2021

por Kya Mesquita



No último mês de 2020 não poderemos apenas fazer novos planos para o próximo ano e festejar com nosso ciclo pessoal como estamos acostumados, por mais que o mês de Dezembro seja facilmente reconhecido por esse clima descontraído e descompromissado, pelo menos aqui no Brasil. Há muito tempo se espera pelas transições que irão ocorrer, astrologicamente, neste período.


O signo de Sagitário, por onde o Sol passa de 22 de Novembro até 23 de Dezembro, é o motivador simbólico de todas essas vivências mais exageradas que buscamos antes da virada do ano, ele representa a vontade de se aproximar daquilo que é divino & sábio, focando, assim, na visão dos caminhos que ainda queremos percorrer na vida. Sagitário é representado pelo Centauro, metade humano, metade cavalo.


Oke Arô Odé, Jean Louis


O PRIMEIRO MOTIVO


Mas, por que Sagitário não terá um descanso em seu mês de evidência? Um dos motivos é a grande transição de Júpiter, seu "pai" – o planeta que rege este signo nas tradições astrológicas –, que está saindo de uma grande encruzilhada movediça, na qual passou o ano todo ao lado de Saturno e Plutão, em Capricórnio.


A encruzilhada é essa conjunção histórica que deixou claro o ano inteiro todas as evidências de que o sistema que vivemos e ”construímos” (nem todos participaram dessa construção) até aqui não funciona mais. Os sistemas (civilizatório, econômico, industrial, político, comunicacional) e até as estruturas mais invisíveis, como as que moldam as relações sociais e pessoais dos seres humanos, precisam de uma reforma inteligente, atual e radical. Querendo ou não, radicalismo é uma palavra nata desse ciclo. A partir de Dezembro de 2020, somente Plutão (que lá está desde 2008) continuará em Capricórnio.



Júpiter e Saturno seguirão seus caminhos, e os dois juntos passarão ao signo de Aquário. Aquilo que alguns entendem como Nova Era pode estar mesmo se aproximando, ou então, a Revolução Tecnológica Instituída. Por isso, acredito que a mensagem mais importante desse mês é a mensagem subliminar (ou não) que essa passagem demonstra a todos nós.



No contexto astrológico, Júpiter expande e põe, socialmente, em destaque as características simbólicas do signo em que está transitando durante o período de 1 ano e 1 mês. Ao sair de Capricórnio e entrar em Aquário, ele caminha para buscar referências que não estejam próximas do que já foi conservado (aprovado) até aqui, é a mudança do elemento Terra para o elemento Ar, do domínio da matéria para o domínio do conhecimento e das relações sociais.


Na mandala zodiacal o signo de Aquário é muito bem representado pelo titã (herói semidivino) Prometeu, aquele que teve o dom da antecipação, cujo intuito era libertar os seres humanos de sua natureza puramente instintiva e da submissão aos deuses. Ao mesmo tempo, idealista e pretensioso, Prometeu trabalhava para elevar o ser humano além das origens animais, pois sua vontade era torná-lo mais e mais semelhante aos deuses. Esse mito expressa um dilema crucial da consciência dos seres, que é a apropriação sem limites do conhecimento, o crescimento descontrolado, o progresso a qualquer custo, o domínio crescente da natureza pela tecnologia que está colocando a vida do planeta e dos demais seres em risco. Nosso processo civilizatório está de fato promovendo o bem-estar e a felicidade humana? Júpiter em Aquário irá fomentar a insatisfação dessa realidade.


Para esse mês, ficam grandes reflexões existenciais:


Qual a participação da nossa persona no mundo? O que foi que percebemos que queremos estudar, aprofundar na nossa identidade? Como mudou a nossa filosofia depois de tudo que vivenciamos em 2020?


Escultura de cabelo, Laetitia Ky, 2020


As últimas duas vezes em que Júpiter passou por Aquário foram em 2008/2009 e em 1997/1998. Em nível mundial precisamos buscar referências históricas nesses períodos.


Saturno, por sua vez, não passava por Aquário desde 1993. Nesse signo, ele visa construir pontes e estruturas que validem causas impessoais, radicais ou humanitárias. O que acontece é, que diferente de Júpiter, Saturno mostra que não tem como ser só um entusiasta da mudança, a insatisfação por si só não leva a lugar algum, seu símbolo exige uma nova organização social, uma nova estrutura, mudanças em questões e textos constituídos há muito tempo. Ele passará dois anos em Aquário, evidenciando os ativismos e as construções de um mundo completamente diferente do que estamos acostumados, Saturno em Aquário não tolera luxo e poder excessivo, ele definitivamente preza pela divisão de obrigações e recursos.


Aquário é o signo da fraternidade, da liberdade, da cooperação, da democracia, dos ideais e reformas sociais, da tecnologia, do mundo virtual, da democratização do conhecimento – hoje mais do que evidente com o advento da internet, o saber é generosamente compartilhado de forma instantânea. Organizações humanitárias e o terceiro setor ganham força e poder nos quatro cantos do planeta; ambientalistas e cientistas correm atrás de soluções para a crucial questão do aquecimento global.




Talvez por isso alguns astrólogos digam há tantos anos que essa conjunção histórica, que começa agora em Dezembro de 2020, representará o início do fim do capitalismo como conhecemos. Eu acredito que esses colegas subestimam as várias formas que o capitalismo possuir de funcionar e de se manter, mas não descarto a possibilidade de que as restrições vividas a nível coletivo forcem muitos (que não enxergavam essa realidade) a entender, por obrigação, o significado de comunidade e sustentabilidade.


UOL, 22 de abril de 2020:

COVID-19: LÍBANO LIBERA MACONHA PARA SALVAR ECONOMIA DO PÁIS NA PANDEMIAUOL, 22 de abril de 2020


Veja, 4 de novembro de 2020:

CANNABIS É A PRIMEIRA VENCEDORA NAS ELEIÇÕES AMERICANAS Referência: www.veja.abril.com.br/blog/cannabiz/cannabis-e-a-primeira-vencedora-nas-eleicoes-americanas/


  • Alô ONU? Preciso que a senhora se posicione aqui.



O SEGUNDO MOTIVO


Antes dessa conjunção histórica que acontecerá com o planeta regente de Sagitário, no dia 14 teremos um Eclipse Solar Total, neste mesmo signo, e que poderá ser visto de alguns pontos da América Latina, como Chile e Argentina. Como nação, como indivíduos e comunidade, precisamos abandonar a arrogância, a abstenção de problemas que não considerados exclusivamente “nossos” e, principalmente, abandonar as ideologias que limitam o desenvolvimento livre de múltiplas culturas e formas de pensamento. É um marco para a condição religiosa e moral que ainda atravessa muitas civilizações.


Essa temporada de eclipses começou em Junho deste ano e carrega o desenrolar de algumas situações ápices que foram iniciadas ou cravadas naquele mês. Um símbolo para ressaltar o conhecimento, a troca, a negociação e, principalmente, a ética (ou a falta dela). O termo “eclipse” vem do grego ekleipo, que significa “abandonar”, “deixar para trás”, numa compreensão mais direta. É comum, em semana de eclipse, que algumas relações e situações cheguem a um estopim, já que as necessidades individuais vão sendo pressionadas em busca de eliminações do que já vem trazendo problemas, mesmo antes do período eclíptico.


“O que aconteceu que eu nem vi como reagi daquela forma? Quem foi que apagou a luz da estrada?” Em tese, foi o eclipse, mas na verdade, fomos nós mesmos ao não perceber a densidade e a conexão do nosso presente com o que foi estruturado ou restringido no passado.


Que ideias mudaram dentro de você? Como essas ideias impactam a comunidade ao seu redor? Que caminhos você pretende percorrer em 2021 para assentar esse conhecimento, que é recém chegado na sua história de vida?


Este é o mês para antecipar mentalmente, nas ideias e estudos, pelas relações e escolhas, as revoluções que queremos tomar parte no próximo ano.


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